Já estava adivinhar esta situação para as SCUT após as negociações entre o (Des)Governo e as concessionárias. Ao que consta, uma das cláusulas em força no contracto, obriga o Estado a indemnizar estas companhias que adjudicaram a exploração dessas vias se porventura sofrerem prejuízos o que é que está acontecer no presente. É que após a instalação dos pórticos e assim dar-se inicio à faturação dos seus utilizadores, grande parte destes, os motoristas, optam por outras estradas, as municipais, rurais ou regionais, deixando as SCUT às "moscas".
Da quebra na utilização dá, como se sabe, à perda das receitas e até muitas fábricas a encerrarem e a deslocarem-se para outras áreas onde a escoação dos produtos manufaturados não sofram o agravamento de portagens.
Outro facto a salientar é de nessas SCUT não estarem equipadas com meios para se processar os pagamentos, como acontece nas principais autoestradas, mas sim por meio de duas opções: ou adquirir uma "caixinha" que os motorista colocam no para-brisas, ou noutro lado acessível na viatura para depois ser automaticamente cobrada por débito na conta do utilizador ou, e aqui é que existe outra aberração, o de se deslocar dentro de 5 dias a uma estação dos Correios, lojas e quiosques autorizados para esse fim, o de receber os montantes devidos indicados por internet.
No meu caso, no ano transacto, durante a minha permanência na cidade do Porto, utilizei, por engano, essas SCUT. Dois dias após dirigi-me a uma papelaria junto da Praça D. João I (conhecida por "Entre-Cus"), no Porto, e processei de imediato o seu pagamento. Três dias depois, antes do meu regresso ao Canada, fui, mais uma vez aos Correios, desta no Seixal, na zona sul do Tejo, para certificar se havia mais alguma conta a pagar. Por resposta foi-me dito, pela matrícula do carro, que me foi emprestado por um amigo, nada constar, ou débito zero. Regressei descansado por não ter deixado "calotes" atrás mas foi "Sol de pouca dura" pois três meses depois esse meu amigo me informou, por telefone, que uma utilização na zona de Custoias/Porto, de apenas 25 centavos, não foi paga e assim ter ido para contencioso e sofrido multa e agravamento que ultrapassou os 30 Euros.
É de banzar e bradar aos Céus. Que grande sacanagem e palmanço na carteira do utente.
O certo é que o povo não está satisfeito com estas portagens nas estradas que até há relativamente pouco tempo não se pagava até o Governo, para se ver livre de uns poucos milhões de dólares de manutenção, resolve, sem dar "cavaco" (ao outro Cavaco, o senhor Silva, talvez o tenham informado) ao povo, e cede-las às privadas para exploração com uma cláusula inserida onde as concessionárias têm direito a indeminização caso não haja lucro. Aqui o Estado entra com o "papel" e ao que consta através das notícias que focam, tempos a tempos este problema, está no presente momento a ficar mais oneroso ao contribuinte, que é afinal aquele que paga a conta através dos seus impostos, do que antes das portagens.
Mas afinal pergunto: Se o Governo contrata as privadas para explorar essas vias rápidas por que razão ainda lhes dá dinheiro, aos milhões, por alegados prejuízos? Não será que o sector privado está vocacionado para ter lucro? Se não se aguenta nas "canelas" na sua actividade por que razão não encerram o negócio? Ou querem "pensões" vitalícias? Anda tudo no "Mamanço" e a "mama" deste povo milenar dum país pequenino é mesmo grande e sempre abarrotar de leite condensado.
Mas disto, das SCUT, ainda voltaremos a falar nestes próximos tempos pois ainda há muita coisa para contar. Prometo.
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